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quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

Somos o que somos


Sei quais são os seus anseios...

Cuidados e caricias, fáceis e constantes...
Beijos quentes e molhados, a toda hora...

 E idolatria...


Chegue mais perto...  

Quero te passar o mapa da mina...


Me permita sussurrar em seu ouvido, este caminho...

Ondular o lago da sua alma... Revolver sua calma...
Trazer-te a plena histeria...


O desejo é inquieto... A fantasia é um prazer...

A realidade um deleite... Quando se faz, o que de fato se quer...
Neste espaço não físico... Dois, são um...
Um é o infinito...

Olhos falam... Corpos, não são apenas corpos...
Mãos serpenteantes, percorrem cada átomo...
E um a um se desfazem...
Em ressoante vibração...

Por dentro somos, o que somos...
Não há como, ou o que esconder...
Sem matéria, não há camuflagem...
É apenas o ser, despido do eu...

Te vejo, perdido dentro de ti...
E te trago à tona...

Agora, te entrego as minhas chaves...
Mas é preciso que no meu infinito não se percas...
E também me aches...

Navegue em minhas águas, mas fique atento...
Elas são profundas e agitadas...
Quentes e refrescantes...
Por isso chegue manso...
Em meu céu tem estrelas e raios...
Descubra com chegar dentro do meu ser...

Se me descobres...
Desfrutarás comigo de um tesouro,
Olhará para mim e verás a ti...
E ficará tudo mais simples e confortável...
Pois entenderás que por baixo de cada camuflagem
tem um ser que, anseia o mesmo...
Amor, emoção e atenção.

Generosidade




" A generosidade não está em 

dar-me aquilo que

 preciso mais que tu, 

mas em dar-me 

aquilo que precisas mais do que eu." 






quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

Mãe Terra


Eu vi
Um baile sagrado,
No templo da Mata
Tinha tambores, mar, kalimbas, pau de chuva,
gaivotas e flautas,
Em plena harmonia, ora Frenética, ora suave...

Roupas, medos e opressão...
Caíam no chão.

Com guirlandas de flores,
Mulheres, com seus corpos nus, se moviam
Se apoiavam, e sustentavam...

Um espetáculo tão lindo...
Céu, corpos e terra, em plena vibração,
Eram coxas, barrigas, lua, olhos, águias, narizes,
cabelos, flores, ânus, pedras, costas, sol,
braços, estrelas, seios, árvores, e púbis,
Não cesurados, nem se escondendo...

Apenas sendo o que são...

Bocas em movimento intenso,
Frutos doces e bebidas, em meio a palavras de alegria, 
 encantamento
Empoderamento e devoção...
Compartilhadas com euforia e mansidão,
Entre Abraços, beijos, danças e canção...

Ouvidos atentos,
Sussurros, vento, risos e cantoria...
Cheiros suaves, que brumejavam pelo espaço...
Formas, contornos, sombras e luz
Tudo ressoava...

Eram uma unidade,
No centro um fogo queimava,
No chão pés descalços ganhavam raízes.
Mãos no tempo se agitavam em
suaves e sincrônicos movimentos.

Corações em oração,
Mente alinhada,
Alma em gratidão,

Mulheres conscientes, entregues
A vivencia...
Sem pudores, melindres ou carências
Apenas potência,
Entre elas, os quatro elementos, Expressão do belo,
Acolhimento sincero,
Natureza em ação...
Celebrando o prazer em unicamente de ser,
E ali pude ver...
A mãe terra cheia de orgulho da sua criação.