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terça-feira, 9 de fevereiro de 2016

Criar as Crias



"Não criamos filhos para nós!!!"
É bom que a gente compreenda bem isso. 
E se não for de forma consciente (o que não garante conforto, porém ajuda bastante no processo), será de forma vivencial (acredite, será imprevisível, 
incontrolável e bem mais sofrido).

Dentro da minha experiencia de mãe, iniciei de forma vivencial e continuo evoluindo de forma consciente. 
Acho que na maioria das vezes acontece assim... 
E em fatídicas vezes a consciência nunca floresce.

Educar é bem diferente de criar... 

Criar é fácil... 
Você alimenta, dá abrigo, carinho e vai deixando a vida seguir ao sabor das demandas internas e externas, cede a tudo para reduzir o conflito e evitar estresse, adapta a "cria" a sua necessidade, compensa suas faltas fazendo-lhe as vontades, mantém eles sempre as suas vistas, 
até porque sendo assim dá menos trabalho... 

Educar é transmitir valores! Aí sim começa um desafio continuo! 
Afinal você terá que ter muita paciência, disposição, 
disciplina, amor, e ser de fato uma referencia positiva para esta cria. 
Não existe um manual ou uma receita pronta.
Transmitir valores é se conectar com o outro, e juntos construir uma relação que promova um fortalecimento e vivificação de princípios, é colocar em ação
atitudes que irão reverberar para o resto da vida. 
E isso requer muito empenho e amor!!!

Cada um faz o melhor que pode na criação dos filhos, mas existe sempre um pouco mais a ser feito, principalmente quando falamos 
em compreender que nossos filhos nos foram confiados, 
mas não são propriedades nossas. 

Que aceitemos ou não, uma hora a vida os chama, 
e aí toda base que o transmitimos será posta a prova.
Precisamos entender que, se conectar com eles é muito importante, que não somos os donos da verdade. 
Que este tipo de pensamento enfraquece nossos filhos.
Eles não são nossas réplicas.

Precisam viver suas próprias experiencias e tem muito a nos ensinar. 
Quando nasce um filho, nasce também um pai e uma mãe 
e todos que estão a sua volta. 
E neste mundo a única coisa absoluta é o amor, 
todo o resto estará em pleno movimento e mutação.



Se buscamos criar com autonomia, responsabilidade pelas suas ações, bom senso de consciência sobre a vida comunidade, respeito e amor, 
poderemos ter um pouco mais de tranquilidade quando este momento chegar. 

Precisamos preparar nossos filhos para a vida, e para viver de acordo com um mundo onde existem várias pessoas, 
um lugar onde ele tem direitos e também deveres.

Ajude-o a entender que é saudável e bom:

- Ajudar nas tarefas de casa, ou no ambiente onde ele estiver;

- Ajudar uma pessoa próxima ou não;

- Ter responsabilidade pelos seus atos;

- Que é necessário e fundamental ter respeito ao direito, sentimentos, opiniões, orientação, religião, time, partido politico e escolhas dos outros, entender que cada um tem o direito de ser respeitado em suas particularidades, 
e agir assim é positivo e trará menos frustração, 
do que lutar contra eles e querer impor sua opinião;

- Que nenhum esteriótipo define uma pessoa e seu caráter, 
existem outros contextos relacionados a isso, mas 
 ele só descobrirá se não tiver conceitos pré concebidos sobre ela;

- Que ele tenha consciência sobre quem é, que aprenda a se aceitar, se valorizar e se amar assim mesmo, que trabalhar o caráter e a formação são importantes para a vida;

- E que humildade é fundamental;

- Fazer com que ele entenda que CUIDAR  ou pelo menos  CONTRIBUIR com o que é necessário para os cuidados consigo mesmo (como: cuidados de higiene, preparar uma refeição, lavar, arrumar a própria roupa, arrumar a própria bagunça, consertar coisas, administrar os recursos, saber circular e resolver coisas na rua), o tornam muito mais independentes 
e dão mais autonomia do que apenas ganhar 
dinheiro (que na maioria das vezes é muito mais valorizado!);

- Que ser gentil e tratar os outros de forma digna e educada é  fundamental, e é importante para seu crescimento pessoal, como dizia já dizia o adagio popular: gentileza gera gentileza!;

- Que avisar (quando sair), à aqueles se preocupam contigo é ato de amor e nos dias atuais... Uma importante precaução;

- Que ele aprenda a lidar com o NÃO, com FRUSTRAÇÕES, com PERDAS, e entenda que estes altos e baixos fazem parte da vida, 
e não diminuem todas as outras coisas legais que vivenciou;

- Que não ser plateia, nem propagar  a desgraça alheia, 
é um verdadeiro ato de fé;

- Que a generosidade é pró ativa e livre, e ocorre sem cobranças;

- Que amor sem atos não vale nada;

- Que ele aprenda a repartir e compartilhar de forma natural, sem sofrimento; 

- Que é perda de energia, valorizar comentários maledicentes, e principalmente fazer; 

- Que ele aprenda a ver a vida como benigna, 
e ele valorize as soluções muito mais que os problemas;

- Que ele se sinta confortável no exercício da fé, e tenha amparo sobre o seu  verdadeiro sentido, independente das religiões;

- Que cada um ama como  pode, não como o outro quer;

- Que ele veja o pai e a mãe como aliados, com respeito e amor, 
mas sem receios e medos;

- Que ele valorize a natureza, os animais, o alimento, 
o corpo, a alma, os bons sentimentos;

- Que ele aprenda de forma intensa a ser grato, e valorizar tudo que é possível; 

- Que a vida é muito mais do que possuir bens... Ela é rica em experiencias e sensações vivenciadas em lugares, com pessoas, em momentos que o tempo não consome...

Enfim uma frase de Jaqueline Kennedy resume muito bem tudo isso...
" Não importa o que você fez na sua vida... O quão bem sucedido você é... 
Se você fracassou na educação dos seus filhos... Nada terá valor!"

Boas escolas não garantem pessoas de valor, 
mas responsáveis conscientes do seu papel, ativos e amorosos sim.


Depois não adianta vir com aquela história de: deixar um 
"mundo melhor para os filhos" 
Pois se eles não compreenderem o sentido de viver neste mundo, 
isso não fará a menor diferença.



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